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segunda-feira, 25 de março de 2013

VW comemora 10 anos do carro flex


Há exatos dez anos, a Volkswagen apresentou o Gol Total Flex, o primeiro carro brasileiro que era capaz de rodar com gasolina ou etanol - que na época ainda era chamado apenas de álcool. Hoje, os motoristas podem chegar às bombas de combustível e ter liberdade para escolher o que for mais vantajoso. Mas você sabe como funciona o sistema que tornou isso possível?






Em 2012, dos mais de 3.800.000 veículos leves novos licenciados no País, 87% eram equipados com algum tipo de sistema flexível de combustível, segundo os dados da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). No acumulado dos dois primeiros meses de 2013, essa estatística subiu para 88,3%.

Deixe a eletrônica te levar

Sem injeção eletrônica, não haveria carro flex, simples assim. Como a gasolina e o etanol produzem queimas diferentes, necessitam de temperaturas e quantidade de oxigênio distintas para funcionarem bem. Com os carburados, a mistura ar-combustível era regulada mecanicamente pelo usuário. Imaginem ter que regular o carburador toda vez em o combustível do tanque mudasse. A injeção eletrônica possui atuadores no sistema de indução que regulam a mistura de acordo com a temperatura ambiente e a do motor para fazer a regulagem automaticamente.

Outro item indispensável para o carro flex é a sonda lambda, um sensor instalado no coletor do escape, antes do catalisador, que faz a leitura dos gases que saem das câmaras de combustão do motor. Se a queima estiver pobre (muito ar) ou rica (muito combustível), ela pode mandar um sinal à central eletrônica do motor para enviar mais ou menos oxigênio.

Como gasolina e etanol emitem gases resultantes diferentes, a sonda identifica o que o carro está queimando. Nos modelos mais modernos, há um equipamento no tanque que, por meio da medição da diferença de condutibilidade elétrica de ambos os combustíveis, já faz a leitura antes de gasolina, etanol ou qualquer proporção de ambos entrarem no motor.

Evolução do flex

Um item que persegue os carros flex desde os tempos dos modelos movidos apenas a etanol é o subtanque de gasolina para partidas a frio. Ele se encarrega de injetar o combustível fóssil na admissão para melhorar o arranque e o funcionamento do propulsor antes de atingir a temperatura ideal de funcionamento.

Como o combustível vegetal tem uma temperatura de vaporização (fenômeno químico que possibilita a mistura do ar com o combustível) diferente do fóssil, em temperaturas mais baixas e abastecido com etanol, o carro não ligaria se não fosse pelo arcaico sistema inventado na década de 1970, quantos os primeiros carros “a álcool” surgiram.

Em 2009 a Volkswagen mostrou o Polo E-Flex, primeiro modelo do Brasil a deixar para trás o famigerado “tanquinho”. Ele utilizava um sistema que aquecia o etanol durante a ignição para permitir a partida. Com poucas vendas, porém, o modelo foi descontinuado.

A ideia, no entanto, persistiu. A Citroën oferece hoje o sistema Flex Start nos modelos equipados com o motor 1.6 16V de comando variável, de 122 cv com etanol e 115 cv com gasolina. Como a marca de origem francesa pertence ao mesmo Grupo PSA que conterrânea Peugeot, o recém-lançado 208 com motor 1.6 se utiliza da mesma solução. Outro modelo que deixou de usar o subtanque foi o Honda Civic 2.0, com o motor Flex One. O propulsor do sedã gera 155 cv com etanol e 150 cv com gasolina.

Faça as contas

Como o etanol é menos eficiente em sua queima do que a gasolina, os propulsores abastecidos com o combustível vegetal acabam consumindo mais. Então há um cálculo de preço para saber se é melhor encher o tanque com um ou outro. O uso do etanol é vantajoso se o litro custar até 70% do valor do litro da gasolina. Basta dividir o preço do combustível de origem vegetal pelo da gasolina. Se o resultado for igual ou inferior a 0,7, compensa usar etanol. Se passar de 0,7, vale a pena usar a gasolina.

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