Texto: Sérgio Luiz - Presidente do Opala Clube de São José
dos Campos
Em 1966 a GM lança o projeto do
primeiro carro brasileiro com a marca Chevrolet, "OPALA". O nome é
dado pela fusão de dois produtos da GM no exterior (Opel e Impala). Após dois
anos de expectativa, o Chevrolet Opala é finalmente apresentado ao público
brasileiro, no Salão do Automóvel em 1968, precisamente aos vinte dias do mês
de novembro. Ele chega em quatro versões, todos quatro portas - Opala com 4 e 6
cilindros e Opala De Luxo também 4 e 6 cilindros, todos excepcionalmente
confortáveis para seis pessoas, bancos dianteiros inteiriços, câmbio de três
velocidades à frente com alavanca na coluna de direção, painel com poucos
instrumentos, amplo porta malas e boa dirigibilidade.
No ano de 1971 surge o Opala
cupê, não possuía colunas laterais, o teto puxado para trás e perfil alongado,
assim representava uma imagem mais esportiva, de carros compactos. Em seguida
desapareceu a versão SS quatro portas, pois pelo aspecto esportivo era
favorável sua apresentação em duas portas. Como opção permanente era oferecido
dois tipos de caixa de mudanças: Três velocidades e alavanca na direção, ou
quatro velocidades e alavanca no assoalho, onde a segunda opção oferecia maior
agilidade, economia de combustível e melhor desempenho, especialmente para os
modelos quatro cilindros.
Foi em 1973 que toda linha Opala
sofreu a primeira modificação. A que obteve maior resultado foi a da mecânica
do 4 cilindros: aumentou-se o diâmetro dos cilindros e reduziu o curso dos
pistões. Esse motor recebeu o nome de 151 e apesar da pequena alteração da
cilindrada (2474cc), houve um considerável aumento de potência. Também foi
introduzido o sistema de transmissão automática, sendo opcional para 6
cilindros, e em 1974 se estendia para os veículos 4 cilindros.
Somente em 1975, o Chevrolet
Opala sofre a maior modificação no seu estilo, foram redesenhadas as partes
traseiras e dianteiras. O capô recebeu um ressalto central e, para maior
segurança, os faróis redondos encaixavam-se em molduras quadradas; as lanternas
dianteiras foram instaladas na ponta dos para lamas; a grade dianteira, pintada
em preto fosco, agora apresentava dois frisos horizontais. Instalados na parte
traseira, quatro lanternas redondas, as duas internas funcionavam apenas como
refletores e seu centro branco como luz de ré. A parte interior também sofreu
modificações estilísticas.
A Família continuava a crescer: a
perua Caravan chegava ao mercado em 1975. Um projeto iniciado em 1971,
apresentado em uma única versão 4 cilindros, a perua Caravan, podia receber
opcionais como motor 6 cilindros, transmissão automática, câmbio três ou quatro
marchas, direção hidráulica ou outros, à escolha do comprador. Lançou-se
simultaneamente, nas versões cupê e quatro portas, o Chevrolet Comodoro que
substituiria o Gran Luxo. Intitulado como o carro de maior status da linha, normalmente
vinha equipado com motor 6 cilindros de 4.100cc, 184 cv de potência e 4000rpm,
carburador de duplo corpo, transmissão manual de quatro marchas (ou automática)
e direção hidráulica. A GMB lançou um carro especial: O cupê 250S, um carro com
maior desempenho que satisfez os compradores de modelos esportivos. Sua maior
diferença era a preparação efetuada no motor de 6 cilindros, que tinha a
relação de compressão aumentada para 8,0:1, comando de válvulas trabalhado e
carburação dupla. A potência passou a ser de 153 cv, superior a antiga, desse
modo o Opala 250S obtinha a aceleração de 0 a 100Km/h em apenas 10s.
Surge o Opala em versão básica em
duas ou quatro portas de motor 4 cilindros, substituindo os modelos Especial e
De Luxo que saia do mercado. O modelo básico estava preparado para aceitar
transformações com diferentes opcionais: motor de seis cilindros ou 250S;
câmbio de três ou quatro marchas, manual ou automático; e direção hidráulica
entre outras modificações. Assim a partir de um modelo básico era possível obter
qualquer modelo da linha, desde o antigo Especial até o modelo Comodoro.
Em 1975 os veículos foram
equipados ainda com freio a disco nas rodas dianteiras, duplo circuito
hidráulico, câmbio de três velocidades na coluna da direção e barra
estabilizadora traseira. A mecânica era encontrada em quatro versões: Motor
151básico (4 cilindros, 2474 cc e 90cv); Motor 151 S (4 cilindros, 2474 cc e 98
cv); 250 (6 cilindros, 4098 cc e 148 cv) e 250 S (6 cilindros, 4098 cc e 153
cv). Manteve-se a produção da linha esportiva mais simples - SS 4 cilindros com
motor 151S e SS 6 cilindros com mecânica opcional do 250S, lançado em 1976 para
se eternizar na mente dos apaixonados.
Em 1978, apesar de poucas mudanças
na linha, a Caravan também ganhou sua versão SS. Em 1980 é lançado o Diplomata,
top de linha, que contava entre outros com direção servo-assistida e
condicionador de ar, como item de série. O Diplomata conquista preferência
executiva para aqueles que procuravam total conforto sobre rodas. No ano de
1981, a linha sofre modificações interiores - volante inovado e painel mais
atual. Em seguida lança-se a série Silver Star.
No ano de 1983 o câmbio de 5
marchas entra no mercado. As modificações ganham maior impacto deixando o
Diplomata com aspecto mais agressivo .
1985, a estética externa do
Diplomata ganha largas molduras laterais e faróis auxiliares de longo alcance.
Internamente, instrumentos com novo designer e a evolução elétrica para
controles dos vidros e retrovisores.
A nova frente, com faróis trapezoidais e
lanternas traseiras por toda a largura do veículo é introduzido nos modelos
fabricados em 1988, por dentro o volante de três raios escamoteáveis em sete
posições e opcionais inéditos como alarme sonoro para lanternas e faróis quando
ligados, controle temporizado dos faróis e luz interna, vidros elétricos com
temporizador e ar condicionado com extensão para o banco traseiro (Para o
Diplomata SE estes itens eram de série). O potente motor 250S a gasolina,
somente era oferecido sob encomenda e foi substituído por um modelo alemão,
câmbio automático de quatro marchas e bloqueio do conversor de torque.
A
fabricação do fenômeno da industria automobilística é encerrada. O último Opala
é fabricado, no dia 16 de abril de 1992, saindo de linha a mais poderosa
produção de conforto, durabilidade e potência, motivo evidente que deixa até
hoje milhares de admiradores, que mesmo após 21 anos o consideram "O
Imbatível".